O projeto Alter do Chão Ameaçada, produzido pela Frente de Comunicação Indígena Borari e publicado na plataforma Documental com mentoria de Adriano Belisário (MediaLab/UFRJ), investiga a ameaça ao povo indígena Borari, em Santarém, no Pará, devido à especulação imobiliária e ocupação desordenada da região. Através da análise de mapas e imagens de satélite, a pesquisa mapeou o território Borari e seus sítios arqueológicos, assim como os danos ambientais causados aos igarapés e nascentes, como forma de visualizar a extensão das violações causadas e pleitear pela demarcação da Terra Indígena.
Uma parceria entre a agência autônoma e o MediaLab (UFRJ), o caso Territórios da Exceção investigou o uso de helicópteros como plataforma de disparos da polícia militar nas favelas do Rio de Janeiro para compreender a dinâmica e os impactos deste tipo de operação sobre os direitos fundamentais das populações e comunidades atingidas. Utilizando ciência de visualização de dados, dados governamentais e de mídias sociais, investigações de campo e técnicas de arquitetura forense, a pesquisa apresenta as evidências por meio de vídeos, animações, imagens em 3D e informações georreferenciadas, oferecendo uma experiência imersiva dentro dos mapas e localidades.
O caso Expulsões, realizado através da parceria entre a agência autônoma e o Forensic Architecture, investiga violações de direitos humanos e ambientais decorrentes da implantação de um megaprojeto de mineração na região da Cordilheira de Cóndor, na Amazônia Equatoriana. Através da análise de imagens de satélite e de testemunhos das vítimas, com o apoio de atores locais, a investigação mapeou processos de despossessão de comunidades e povos indígenas, desmatamento e destruição de sítios arqueológicos, demonstrando as dinâmicas espaciais de uma ação coordenada de violações sistemáticas.
O projeto Arquiteturas da Reparação: São Paulo Terra Indígena foi desenvolvido no âmbito das instituições agência autônoma, Chão Coletivo e Plataforma Práticas Espaciais / Escola da Cidade, com apoio do CAU/SP. Ele apresenta uma cartografia da Terra Indígena Guarani do Jaraguá, em São Paulo, no momento de sua demarcação física entre julho e setembro de 2025. Esse território preserva um dos últimos fragmentos de Mata Atlântica na cidade, e carrega enorme importância ambiental, climática e espiritual para os povos Guarani, que habitam a região desde tempos imemoriais. Nhanderekoa – “onde nossa cultura vive”, nome dado ao conjunto de cartografias e análises mostradas aqui, combina análise de dados geoespaciais, cartografia participativa, entrevistas e arquivos históricos para traçar um panorama das práticas de defesa, cuidado e reparação das florestas do Jaraguá, ao mesmo tempo em que identifica ameaças atuais ao território. Nhanderekoa expressa o entendimento Guarani de que a floresta – com seus animais, plantas e espíritos – é parte inseparável do modo de vida, constituindo uma extensão de moradia compartilhada entre seres humanos e não humanos.
